fonte: CREMERJ
O CREMERJ se reuniu com o secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, nessa segunda-feira, 27, na sede da prefeitura. No encontro, o presidente do Conselho, Sidnei Ferreira, e os diretores Nelson Nahon, Erika Reis, Marília de Abreu e Carlos Enaldo de Araújo falaram sobre a falta de segurança nas unidades e o sistema de regulação de vagas, além de retomar questões discutidas em reunião ocorrida em setembro, em que o secretário ficou de tomar algumas providências, como verificar a situação do programa “Mais Médicos” na cidade.
“Queremos saber se a lei está sendo cumprida, isto é, se os intercambistas estão sendo supervisionados por médicos brasileiros. Temos ação na Justiça com relação a esse objeto”, afirmou Sidnei Ferreira.
Quanto à Coordenação de Emergência Regional (CER) Lourenço Jorge, Soranz informou que abrirá concurso público pela Rio Saúde, que será publicado até janeiro de 2015, para a contratação de médicos. Com a saída da Organização Social (OS) da CER, a prefeitura tem contratado provisoriamente médicos da unidade.
O Hospital Municipal Salgado Filho, de acordo com Soranz, também está na lista de prioridades.
“No Salgado Filho, ainda há um fluxo grande de pacientes, mas estamos tentando diminuir isso, encaminhando casos clínicos sem gravidade para Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) da região, além do PAM do Méier. No Salgado Filho, a expectativa é de que haja fluxo na sala amarela e de que, na sala vermelha, tenha um número menor de
pacientes”, disse.
Sidnei Ferreira também mostrou preocupação com a falta de segurança nas unidades e relatou que o CREMERJ tem recebido denúncias de colegas que foram vítimas de agressões e de atos violentos. De acordo com ele, em reunião com o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, sobre o assunto, a solução apontada foi a contratação de policiais de folga pelas Secretarias de Saúde.
“Isso é algo que nos preocupa, mas temos que trabalhar com as especificidades de cada caso. É preciso aumentar a autonomia dos médicos e dos profissionais de saúde e incentivar outras ações, como a contratação de vans para facilitar o acesso e a fixação dos médicos nas unidades, o que gera um maior respeito”, salientou Soranz.
Além disso, Sidnei Ferreira ressaltou que as orientações da Secretaria Estadual de Segurança incluem o controle do fluxo de pessoas com identificação e uso de câmeras.
O vice-presidente do CREMERJ, Nelson Nahon, lembrou que o secretário de Saúde ficou de intervir no caso dos processos administrativos contra médicos, devido à última greve da categoria, em que as AIHs (Autorização de Internação Hospitalar) não estavam sendo emitidas. Soranz, por sua vez, garantiu que o assunto será tratado durante uma reunião que está agendada com o secretário de Administração, Paulo Jobim Filho.
Nahon também citou que a Secretaria Municipal de Saúde não compareceu à plenária temática sobre a regulação de vagas promovida pelo CREMERJ. Soranz justificou que na data houve imprevistos, mas que “tem total interesse de tratar desse assunto com o Conselho”.
“É uma preocupação nossa, porque há muitos colegas com dúvidas. Sabemos da importância da regulação, mas ela tem causado problemas que precisam ser resolvidos”, pontuou Nahon.
Segundo o secretário, um dos principais objetivos de sua gestão é a qualificação dos médicos e que isso se tornará mais visível a partir do ano que vem com a liberação do novo orçamento. O planejamento é investir na criação de novas vagas para a residência médica – até 2016 passará das atuais 700 para mil vagas em diversas especialidades –, de cursos de pós-graduação para médicos com mais de três anos de formação e de programas de educação permanente, além da reestruturação dos centros de estudos das unidades. Para isso, Soranz pediu o auxílio do CREMERJ.
O presidente do CREMERJ, por sua vez, frisou que cursos de pós-graduação são importantes, mas que eles não podem substituir a residência médica. Soranz concordou com a colocação de Sidnei Ferreira e garantiu que a criação dos cursos não interferirá nas vagas para residência.
“Para nós, é importante que aumentem o número de vagas de residência, porque essa é a melhor forma de qualificar o médico”, acrescentou Sidnei Ferreira.
Foi agendada outra reunião entre o CREMERJ e a Secretaria para novamente debater assuntos como concurso público, salário e plano de cargos, carreira e vencimentos.